OM
Concepção Allyson Amaral e Haroldo Saboia
Coreografia: Allyson Amaral @allys_amaral
Dramaturgia: Haroldo Saboia
Trilha sonora: Inês Terra @ines_terra_
Figurino: Allyson Amaral
Luz: Fernando Melo @fe_menino
Operação de luz: Dida Genofre
Tudo que está no alto é tudo que está embaixo
Em 2023, realizei a dramaturgia da coreografia OM do Alysson Amaral a partir de um convite do Instituto Tomie Othake em SP no projeto Tomie Dançante. OM é um trabalho que a partir do encontro do corpo com quase uma tonelada de sal, propõe uma relação entre origem, memória e as múltiplas diásporas.
Deixo abaixo um trecho do texto escrito pela curadoria do instituto tomie othake.
“Iluminado, o círculo salino transforma-se em espiral, depois se expande, então se refaz. Abrem-se buracos e manchas em sua superfície. Partículas dele se desprendem e viram pontos reluzentes. O artista denomina a sucessão de formas desenhadas uma cosmologia do sal... o motor da visualidade apreensível seria sempre a modulação de movimentos de fricção. Vigorosos e constantes, eles moldam a matéria ao mesmo tempo que projetam uma sonoridade ritmada. Os sons de onda, maresia ou tempestade invadem os ouvidos dos presentes. A pele do artista desidrata e arranha. O círculo não cessa suas mutações.
Há polaridade em jogo nesse processo - como o céu e o mar, o preto e o branco, o cheio e o vazio, a construção e o apagamento. Não obstante, elas não se apresentam como dicotomias fixas. A luz por vezes funde o corpo ao material, noutras ela destaca nitidamente a silhueta do performer. O mesmo gesto que faz a forma também se desfaz. A temporalidade espiralar de que fala Leda Maria Martins se faz presente na medida em que a sucessão de momentos transparece que não há um objetivo final determinado para a ação e que o movimento poderá se desdobrar em sua conversa salina até a exaustão do corpo. “
Agradecimentos a @paulomiyada @priscyla @diegomauro_ @jucavazzini







