Livro da travessia



2014
livro-objeto
21 cm x 6 cm

A partir da pergunta, como definir um espaço? E do conto terceira margem do rio de Guimarães Rosa, proponho este livro-objeto.



A questão do azul

Desde o príncipio, construi uma idéia do azul a partir de uma questão formal, de um uso que se baseava exclusivamente a partir do procedimento da repetição e, por sua vez, relacionava-se ao processo descritivo com o qual trabalho. Porém, hoje observo uma relação mais próxima da construção de espaço; de um espaço infinito, como índice deste lugar que não se deixa fixar. Se pensar na origem do azul a partir da frase imperativa "defina o que é espaço" e de minhas leituras com Guimarães Rosa e a construção de um espaço terceiro, um lugar-entre, espaço de autoria e responsabilidade, engajamento, que nos aponta A terceira Margem do Rio.

Esta margem como lugar fluído, impossível de domesticá-la.

O espaço físico também como espaço tempo.

O azul no espaço da página, infinito, incapturável, assim como o azul do céu, utópico e incontornável.

pequena nota escrita em 2015 acerca do trabalho

English version:

From the beginning, I constructed an idea of blue based on a formal question, on a use that was exclusively grounded in the procedure of repetition, which, in turn, related to the descriptive process with which I work. However, today I observe a closer relationship with the construction of space—an infinite space, as an index of this place that refuses to be fixed. If I consider the origin of blue through the imperative phrase "define what space is" and my readings of Guimarães Rosa and the construction of a third space, a place-in-between, a space of authorship and responsibility, engagement, which points us to The Third Bank of the River.

This bank as a fluid place, impossible to domesticate.

Physical space also as spacetime.

The blue in the space of the page, infinite, ungraspable, just like the blue of the sky—utopian and unavoidable.

Small note written in 2015 regarding the work.