De conversa em conversa
HD27'
“De conversa em conversa” a partir da canção homônima composta por Haroldo Barbosa e
Lúcio Alves.

O filme em questão é uma proposição que parte da pergunta:
Do que é feito uma conversa?

Duas pessoas. Dois instrumentos. Um espaço fragmentado e arruinado. Um diálogo. Por meio desse procedimento aparentemente simples, dois instrumentistas instauram um espaço de conversa através de um diálogo improvisado. Portanto, se valendo de uma montagem fragmentada, o filme enuncia as variações, equívocos, improvisações, desacertos, falhas, mal-entendidos, lapsos que compõem um diálogo, uma relação. Ao não se utilizar de texto, a conversa se elabora através da música, do som, vedando acesso ao significado do que se diz, no entanto, evidencia e corporifica a linguagem, gestualiza-a. Na medida que o som é uma onda física, o filme buscar pensar os falantes/músicos como quem enunciam toque, que, por sua vez, criam memória nos corpos e nos espaços. Deste modo, o filme se inscreve num esforço de pensar uma ideia de escuta e um exercício de alteridades.